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O que é e como Aplicar a Educação Maker

Atualizado: 14 de out. de 2022

O movimento maker, ou “faça você mesmo”, descontrói os padrões de atividades estanques e permite que os alunos desenvolvam seu conhecimento teórico através da prática. Com as atividades maker, os alunos aprendem a partir da construção de seus projetos, tornando o aprendizado um processo prazeroso.


Cultura maker nas escolas

Aprender fazendo é o objetivo principal na cultura maker que, através do processo de experimentação e materialização de ideias, traz muitas possibilidades de inovação e oportunidades de explorar novas soluções para a nossa sociedade. É o tipo de atividade chamada de “mão na massa”, colocando o aluno como protagonista na construção do conhecimento em um ambiente colaborativo.

O mundo apresenta um cenário de mudanças muito rápidas e significativas, onde é preciso manter o mesmo ritmo no ambiente escolar, para formar os alunos preparados para o futuro. Através da cultura maker é possível estimular habilidades importantes para os alunos que serão os profissionais da próxima geração, como criatividade, colaboração e autonomia.

Proporciona, também, um aprendizado multidisciplinar que pode ser aplicado fora da escola, em situações do cotidiano, um fator que contribui muito para que o aluno saiba observar, questionar e inovar na sua realidade.

Quais os benefícios da cultura maker na escola?

Engana-se quem pensa que para estimular a cultura maker no ambiente escolar é necessário um espaço com muitos materiais tecnológicos como impressora 3D, cortadores a laser, materiais de robótica e muitos outros recursos.

Na verdade, o que chamamos de “espaço maker” pode ser a própria sala de aula, unindo as mesas para formar uma grande bancada colaborativa, com materiais e recursos simples, além de atividades que podem ser guiadas pelo professor. Afinal, as atividades mão na massa são oportunidades para entender conceitos das mais diversas áreas do conhecimento na prática!

De uma forma multidisciplinar e com foco na aprendizagem baseada em projetos, a cultura maker traz muitos benefícios para os alunos e estimula habilidades essenciais para o futuro, como colaboração, criatividade e pensamento crítico.

Veja abaixo alguns pontos principais da cultura maker no aprendizado:


Tentativa e erro

Na contramão do modelo tradicional de avaliação como provas e testes, nos quais o aluno tem o objetivo de acertar a resposta exata, na cultura maker o foco é no processo de construção antes do resultado final, então os erros são bem-vindos!

Isso quer dizer que, ao elaborar um projeto, não é um objetivo que ele esteja concluído na primeira tentativa, claro que se isso acontecer, significa que já se encontrou uma solução possível, mas também não é necessariamente a única. Ou seja, na cultura maker é comum fazer várias tentativas antes de chegar ao resultado, e ainda assim encontrar seu projeto concluído, mas pensar em mais possibilidades.

A tentativa faz parte do processo de aprendizado, para entender quais caminhos funcionam e o porquê. Já o erro significa que é preciso dividir o problema com todos (afinal, quanto mais sugestões, melhor!), pensar sobre, elaborar novas ideias, e tentar mais uma vez!

Um dos exemplos mais clássicos é o Thomas Edison, responsável por criar a lâmpada! Ele tentou algumas centenas de vezes antes de encontrar um protótipo que funcionasse.

Além disso, através da tentativa e erro, os alunos podem chegar a um resultado que não soluciona o problema, mas ainda assim é uma inovação. O microondas, por exemplo, foi criado por acaso, seu inventor estava estudando micro-ondas para criar um radar, e notou que o calor delas poderia modificar um alimento, o que resultou no aparelho microondas.

Colaboração

Em uma sala de aula é possível observar diferentes perfis entre os alunos, principalmente nos estilos de aprendizagem, já que cada um tem seu próprio ritmo e experiência. Esse é um dos motivos pelos quais é muito importante incentivar a colaboração na cultura maker, já que ela promove diferentes observações e perspectivas dos projetos, fazendo possível a contribuição de cada um para melhorias e ajustes.

O trabalho colaborativo e participativo também incentiva os alunos a tomarem decisões coletivas, pensando em soluções que beneficiem a todos. Atitudes como essa são importantes para formar o profissional do futuro que irá desenvolver inovações para a sociedade.

Ao desenvolver essa habilidade entre os alunos também é possível estimular o sentimento de integração, ou seja, todos podem sentir que fazem parte do grupo e contribuem para que aquela experiência seja possível, sem a participação de um ou mais alunos, o resultado seria diferente.

Protagonismo do aluno e autonomia

Enquanto na sala de aula tradicional o professor é o centro do conhecimento e transmite as informações e teorias para os alunos, dentro do espaço maker não se estimula nenhuma hierarquia. Assim, professor e alunos caminham junto na experimentação e produção, ou seja, mesmo que o professor possa resolver uma tentativa que deu errado, ele vai abrir espaço para a observação e discussão sobre os motivos que levaram ao erro, por exemplo.

Dessa forma, na cultura maker o professor acompanha todo o processo, guiando a turma com explicações pontuais durante o processo, estimulando que todos tirem suas próprias conclusões a partir da prática, e depois apresentando o aprendizado por trás.

Nessa estrutura, o aluno tem um maior protagonismo, podendo guiar o seu processo de aprendizado e explorar diferentes caminhos entre as tentativas para materializar sua ideia! Ao mesmo tempo, o aluno também tem autonomia ao assumir suas responsabilidades de contribuição dentro de cada projeto, bem como o desenvolvimento da liderança, por entender que todos os participantes têm suas funções e interesses.

Segundo o professor da Universidade de Stanfor, Paulo Blikstein: “uma das coisas mais importantes da educação mão na massa é fazer com que o professor preste mais atenção no processo do que no produto, o que é mudança de paradigma muito grande em relação à educação tradicional, que olha para a prova, que é o produto.”

Pensamento crítico

Entendendo que vivemos em uma sociedade com avanços tecnológicos muito rápidos, é importante destacar o papel do pensamento crítico para os alunos. Essa habilidade permite a turma observar seus projetos com mais critérios e saber questionar soluções atuais que não são ideais para o meio ambiente, ou não sejam inclusivas, por exemplo.

Com um olhar que procura novas respostas para apresentar soluções que sejam de fato inovadoras e explorem todas as possibilidades ao alcance, com o objetivo de entregar algo que faça a diferença não apenas para uma única pessoa, mas para a comunidade.

Experimentação

A experimentação permite que os alunos possam levar o aprendizado para fora do ambiente escolar. Isso porque estimula o conhecimento de métodos e técnicas de investigação e análise de dados, além de facilitar a compreensão de conceitos e estimular a curiosidade.

Essa atividade torna mais fácil associar a teoria à prática, para que os alunos possam aplicar conceitos de múltiplas disciplinas fora da sala de aula, como em situações cotidianas. Isso facilita o reconhecimento de que ciência e tecnologia são conceitos aplicáveis no dia a dia, e não produtos futuristas de filmes de ficção.

É a experimentação que também permite a naturalização do erro, e estimula as diferentes tentativas. Nela, o erro faz parte do processo, é preciso saber lidar com ele e tentar outras formas de continuar o projeto, corrigindo falhas e aperfeiçoando suas características para obter os melhores resultados.

Criatividade

Muitos acreditam que a criatividade é algo nato, ou você tem ou não tem, mas não é bem assim. A criatividade é a capacidade de criar, inventar e inovar seja em qual área for, e ela pode ser estimulada e incentivada desde a infância!

Os projetos e atividades mão na massa são ótimos exemplos de práticas para desenvolver essa habilidade nos alunos, afinal o conhecimento precisará ser aplicado na prática, criando propostas diferentes para solucionar algo e materializar uma ideia.

A criatividade também é essencial para os profissionais do futuro, que precisarão criar e inovar frente às situações decorrentes das mudanças e avanços tecnológicos que estão cada vez mais rápidos e que transformam nossa sociedade e modo de vida.

Fonte: https://blog.teceducacao.com.br/



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